Para começar a postar eu pensei em escrever sobre algo marcante, ou então algo polêmico, mas acho melhor escrever sobre uma situação corriqueira que me intrigou hoje. Escrever sobre algo normal e começar a postar como se já fizesse isso neste espaço há muito tempo, pois foi desta forma que nossa amizade começou.
Parecia que nós três nos conhecíamos há muitos anos. Não foi um momento marcante. Começou simples, aparentemente normal, sem um grande cisma originador de continentes. Foi apenas como um raiar do sol. Tão normal e comum que a gente nem se dá conta da dádiva que é mais um dia em nossa vida.
Como um dia que nasceu sem que percebêssemos, assim foi o inicio da “confraria do tripé”.
E o assunto que trato é no mínimo intrigante. Vamos a ele.
Toda vez que ando no centro da cidade (estou em Campo Grande-MS/Brasil), tenho vivo na memória uma cena aterrorizante: um homem, cego, sendo atropelado por um motorista descuidado, que o arremessou a metros e o jogou inconscientes e sangrando no chão. Aquilo foi chocante e triste.
Hoje novamente isso quase aconteceu.
Mas antes, quero contar que ontem assistindo a uma reportagem na TV descobri que no Principado de Mônaco, não existem semáforos para pedestres, pois eles sempre têm preferência no trânsito. A simples menção de atravessar a rua é suficiente para o motorista brecar seu veículo e dar passagem. Um exemplar gesto de gentileza e educação.
Há alguns meses estive em Brasília-DF/Brasil com o Pael, e lá é parecido com Mônaco. Os pedestres precisam apenas gesticular com uma das mãos (assim como fazemos sinal para o ônibus parar no ponto) para que o motorista pare. Isso onde não existe sinal de trânsito. Um belo começo de educação. Não é em qualquer lugar, mas já existe em muitos lugares da cidade, e também em outras cidades (vi isso em Florianópolis também).
Mas, e Campo Grande, ah Campo Grande. Além de termos um dos piores asfaltos do país, em nada nosso motorista é educado, gentil, cortez ou prudente.
Hoje eu estava parado com meu carro num semáforo na mesma rua onde vi o homem cego ser atropelado, apenas alguns quarteirões abaixo deste acontecido, quando um sujeito começar a atravessar a via no exato momento em que o sinal ficava verde para os carros. Foi buzina pra todo lado, motoqueiro desviando dele, carro parando em cima, motorista xingando e o cidadão alheio a tudo isso terminou tranquilamente seu curto, porém perigoso, trajeto.
É fato que somos um Estado (Mato Grosso do Sul) agropecuário, mas isso não limita nossa possibilidade de educação. Ainda hoje vi dois acidentes de carro no centro da cidade. E quase sempre eles são evitáveis, frutos de falhas humanas (displicência, imperícia ou imprudência). Confesso que já fui um campo-grandense típico no trânsito. Corria, furava sinal, jogava papel pela janela, fechava motoqueiros e não me desculpava, a preferência sempre era minha, depois do pedestre.
Todavia, um pouco de conselhos e aprendizado me deixaram um cidadão um tanto quanto mais educado.
A começar no trânsito, todos podíamos ser um pouco mais educados. Afinal de contas: educação nunca fez mal a ninguém!
Doulos, L.M
Nenhum comentário:
Postar um comentário